Hoje trago um tema que gerou alguma polémica, tanto a nível nacional, no programa “Aqui e Agora” da SIC, como também a nível local, no blogue do José Gonçalez.
Quanto ao debate na SIC, lamento o facto de este ter ficado apenas pelas touradas ou pelos animais no circo, pois este assunto daria “pano para mangas”. Seria também, devido ao tempo disponível e à sua complexidade, muito complicado ir muito mais além.
Quanto à escolha dos defensores das touradas e dos animais no circo, penso que esta não foi muito feliz. Tanto António Ribeiro Teles, cavaleiro tauromáquico, como Victor Hugo Cardinali, proprietário de um circo com o mesmo nome, responderam, na minha opinião, sempre de uma forma incongruente, rude e, muitas vezes, mal educada. Dizer que os toiros não sentem dor quando lhe está a ser espetada uma farpa só porque estes contra-atacam estas agressões é, simplesmente, pura ignorância. Quando pisamos o rabo a um gato ou ele, tendo espaço, foge ou, caso contrário, arranha-nos. No caso de um cão, e dando o mesmo exemplo, ou foge ou nos morde. Na arena, como o toiro não tem para onde fugir, é óbvio que reage e tenta, a todo o custo, defender-se.
Por outro lado, dizer que gostamos dos animais só porque compramos a comida “XPTO” em tal sítio não é indicativo de que realmente gostamos deles, mas sim que estamos preocupados que a morte destes nos estrague o negócio.
Para mim é muito difícil tomar partido num tema tão complexo como este. Eu, como a maior parte dos portugueses, tive na minha família aficionados pelas touradas, nomeadamente o meu avô que tinha como grande ídolo o João Moura, e, como tal, habituei-me a este tipo de eventos. Ainda assisti a muitas touradas na nossa “falecida” praça de toiros.
No entanto, tenho a perfeita noção de que um touro numa arena sofre e que luta, de uma forma desigual, perante uma morte certa. Por outro lado, como já vi por aí esta frase escrita, também gosto muito de um bife a cavalo, mas as condições em que os animais são abatidos nos matadouros, muitas vezes, também não são as melhores.
Também entendo que os animais dos circos não tenham uma vida fácil. Passar a maior parte do ano enjaulado, apesar da comida “ser da boa”, não é “pêra doce”. O Ser Humano também não gosta de estar na prisão, apesar de alguns terem “pressa” em voltar para os estabelecimentos prisionais. No entanto, não imagino um circo sem animais.
Se, por um lado, as touradas e os circos são espectáculos que estão enraizados na nossa cultura e fazem parte das nossas tradições, por outro, temos que entender e perceber que os animais sofrem e, assim, estão a violar os direitos destes.
Seleccionei duas imagens: uma para os aficionados e outra muita utilizada pelos defensores dos direitos dos animais.