Férias na cabina de voto
O problema é que os cidadãos, na altura das eleições europeias, costumam fazer férias da democracia
O problema é que os cidadãos, na altura das eleições europeias, costumam fazer férias da democracia
Quando o Presidente da República apelou aos cidadãos para que não fossem de férias no fim--de-semana das eleições europeias, cheguei a pensar que, tomado pelo espírito europeu, Cavaco Silva estivesse a falar na qualidade de Presidente de outro país da União Europeia. No nosso, o pedido vai fazendo cada vez menos sentido: os desempregados, por definição, não têm férias; para os trabalhadores da Qimonda e da Auto-Europa, em princípio, a opção de tirar férias não será prudente; e os precários, os temporários e os endividados, provavelmente, não têm o desafogo financeiro que as férias, mais ou menos, requerem. O mais provável é que não haja assim tanta gente de férias no dia 7 de Junho. Infelizmente, também não é provável que haja muita gente a ir votar.
O problema é que os cidadãos, na altura das eleições europeias, costumam fazer férias da democracia. Quase seis milhões de pessoas votaram nas últimas legislativas, mas apenas cerca de três milhões foram às urnas nas últimas europeias. Ou as agências de viagens oferecem pacotes menos apelativos nos fins-de-semana das eleições nacionais, ou os portugueses não se interessam especialmente pelas eleições europeias - o que não deixa de ser uma atitude estranha. A opinião geral dos cidadãos sobre os políticos é má, pelo que não se compreende que desdenhem da oportunidade de mandar 24 deles lá para fora. Quando se esperava que houvesse longas filas à porta das secções de voto, os portugueses preferem ficar em casa. Vá lá uma pessoa compreender o eleitorado.
As eleições europeias começam, por isso, com dois incidentes políticos inquietantes: o primeiro, é o apelo absurdo do Presidente da República; o segundo foi a ausência de Paulo Portas da Feira do Queijo de Godim. No mesmo dia em que Cavaco pediu aos portugueses para não irem de férias, Portas anulou a ida à Feira do Queijo de Godim por, naquele dia, não haver queijo nem feira em Godim. Havia duas barracas de farturas e uma de algodão-doce, mas o presidente do CDS optou por não desenvolver, junto dos fritos e das guloseimas, uma campanha que estava programada para ser feita na presença de lacticínios. Esta é a segunda vez, num período de tempo razoavelmente curto, que o queijo faz uma desfeita a Paulo Portas: primeiro o limiano, agora o de Godim. É evidente que, mais do que se privarem de fazer férias, os portugueses devem obrigar-se a realizar feiras. Não há boas campanhas sem feiras, e uma campanha esclarecedora e informativa é o melhor contributo para que, no próximo dia 7, os cidadãos tenham todos os elementos necessários para, em consciência, se absterem de votar.
O problema é que os cidadãos, na altura das eleições europeias, costumam fazer férias da democracia. Quase seis milhões de pessoas votaram nas últimas legislativas, mas apenas cerca de três milhões foram às urnas nas últimas europeias. Ou as agências de viagens oferecem pacotes menos apelativos nos fins-de-semana das eleições nacionais, ou os portugueses não se interessam especialmente pelas eleições europeias - o que não deixa de ser uma atitude estranha. A opinião geral dos cidadãos sobre os políticos é má, pelo que não se compreende que desdenhem da oportunidade de mandar 24 deles lá para fora. Quando se esperava que houvesse longas filas à porta das secções de voto, os portugueses preferem ficar em casa. Vá lá uma pessoa compreender o eleitorado.
As eleições europeias começam, por isso, com dois incidentes políticos inquietantes: o primeiro, é o apelo absurdo do Presidente da República; o segundo foi a ausência de Paulo Portas da Feira do Queijo de Godim. No mesmo dia em que Cavaco pediu aos portugueses para não irem de férias, Portas anulou a ida à Feira do Queijo de Godim por, naquele dia, não haver queijo nem feira em Godim. Havia duas barracas de farturas e uma de algodão-doce, mas o presidente do CDS optou por não desenvolver, junto dos fritos e das guloseimas, uma campanha que estava programada para ser feita na presença de lacticínios. Esta é a segunda vez, num período de tempo razoavelmente curto, que o queijo faz uma desfeita a Paulo Portas: primeiro o limiano, agora o de Godim. É evidente que, mais do que se privarem de fazer férias, os portugueses devem obrigar-se a realizar feiras. Não há boas campanhas sem feiras, e uma campanha esclarecedora e informativa é o melhor contributo para que, no próximo dia 7, os cidadãos tenham todos os elementos necessários para, em consciência, se absterem de votar.
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