domingo, 26 de abril de 2009

Direitos dos animais “versus” tradição!

Hoje trago um tema que gerou alguma polémica, tanto a nível nacional, no programa “Aqui e Agora” da SIC, como também a nível local, no blogue do José Gonçalez.
Quanto ao debate na SIC, lamento o facto de este ter ficado apenas pelas touradas ou pelos animais no circo, pois este assunto daria “pano para mangas”. Seria também, devido ao tempo disponível e à sua complexidade, muito complicado ir muito mais além.
Quanto à escolha dos defensores das touradas e dos animais no circo, penso que esta não foi muito feliz. Tanto António Ribeiro Teles, cavaleiro tauromáquico, como Victor Hugo Cardinali, proprietário de um circo com o mesmo nome, responderam, na minha opinião, sempre de uma forma incongruente, rude e, muitas vezes, mal educada. Dizer que os toiros não sentem dor quando lhe está a ser espetada uma farpa só porque estes contra-atacam estas agressões é, simplesmente, pura ignorância. Quando pisamos o rabo a um gato ou ele, tendo espaço, foge ou, caso contrário, arranha-nos. No caso de um cão, e dando o mesmo exemplo, ou foge ou nos morde. Na arena, como o toiro não tem para onde fugir, é óbvio que reage e tenta, a todo o custo, defender-se.
Por outro lado, dizer que gostamos dos animais só porque compramos a comida “XPTO” em tal sítio não é indicativo de que realmente gostamos deles, mas sim que estamos preocupados que a morte destes nos estrague o negócio.
Para mim é muito difícil tomar partido num tema tão complexo como este. Eu, como a maior parte dos portugueses, tive na minha família aficionados pelas touradas, nomeadamente o meu avô que tinha como grande ídolo o João Moura, e, como tal, habituei-me a este tipo de eventos. Ainda assisti a muitas touradas na nossa “falecida” praça de toiros.
No entanto, tenho a perfeita noção de que um touro numa arena sofre e que luta, de uma forma desigual, perante uma morte certa. Por outro lado, como já vi por aí esta frase escrita, também gosto muito de um bife a cavalo, mas as condições em que os animais são abatidos nos matadouros, muitas vezes, também não são as melhores.
Também entendo que os animais dos circos não tenham uma vida fácil. Passar a maior parte do ano enjaulado, apesar da comida “ser da boa”, não é “pêra doce”. O Ser Humano também não gosta de estar na prisão, apesar de alguns terem “pressa” em voltar para os estabelecimentos prisionais. No entanto, não imagino um circo sem animais.
Se, por um lado, as touradas e os circos são espectáculos que estão enraizados na nossa cultura e fazem parte das nossas tradições, por outro, temos que entender e perceber que os animais sofrem e, assim, estão a violar os direitos destes.

Seleccionei duas imagens: uma para os aficionados e outra muita utilizada pelos defensores dos direitos dos animais.

15 comentários:

Rennie disse...

Subscrevo por completo.

Anónimo disse...

Há centenas de anos também se atiravam os homens aos leões e também era tradição... Se vamos pela tradição esta é uma que devemos recuperar...
Abraço, amigo Jorge

Anónimo disse...

D. Maria II 1836:

“Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros.”

No passado dia 16 de Março morreu Francisco Matias, membro do grupo de Forcados Amadores de Portalegre, quando treinava a chamada “sorte da gaiola” numa tenta em Esperança, Arronches.
Por essas praças fora já se perderam inúmeras vidas humanas, para terminar com as touradas nem sequer é preciso invocar os direitos dos animais, porque juridicamente não os têm são considerados coisas móveis, bastam os direitos do Homem.

Alibute.

Anónimo disse...

Como aficionada da festa brava, venho aqui para nos defender.
É uma tradição com tantos e tantos anos, que seria um disparate juntar-se tudo á moda e proibi-la.
Os animais têm direitos como nós, mas para que percebam, pouca ou nenhuma dor existe nos touros bravos, porque com tanta adrenalina, o sangue a 'fervilhar nas veias' deixam os animais imunes a dor, sendo abatidos após serem recolhidos na praça. É um espéctaculo que cada vez atrai mais aficionados á festa brava. Todos nós matamos animais para comer e neste caso apenas utilizamos como diversão aquilo que provavelmente muitos de vocês já tiveram no prato.

Deixo-vos aqui um desafio, vão para dentro de um recinto fechado com um touro e depois voltem aqui se tiverem capacidade para isso e veremos se continuam a ter a mesma opinião.

Por fim, todos nós ficamos tristes e perturbados com a morte do Francisco. Aconteceu dessa maneira como podia ter acontecido de tantas outras. Ao menos morreu a fazer aquilo que sempre gostou. Descansa em paz

Aficion !

Anónimo disse...

tambem á gente que não gosta de futebol e só tem um remédio; é não ver.
Quem não gosta não veja.
Viva a tradição;viva a aficion.

Anónimo disse...

Para Aficion!

Peço desculpa se sou indelicado, mas não existe nenhum argumento válido que justifique o que escreveu.
Acha mesmo em consciência,que o animal não sofre? Pense um pouco se existe alguma justificação para usar o sofrimento de qualquer animal para nosso divertimento.

A este tipo de atitude chama-se especismo, pensar que somos superiores ás outras especies que partilham o Planeta connosco, é igual a racismo e xenofobia.

Obviamente que os animais não têm as mesmas caracteristicas que os humanos, mas algumas são comuns.
E têm outras que nós já perdemos ou nunca tivémos.

Servimo-nos deles para vários fins, o principal é claro é o alimento. Os que se destinam a este propósito devem ser tratados em todo o processo de forma digna.

Enfim já vai longo o discurso, e não vale a pena continuar com os argumentos. Deixo-lhe apenas um concelho, informe-se e evolua como ser humano. Veja este filme e compreenda: EARTHLINGS.
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=VADrTscciHA

Anónimo disse...

qual é o objectivo por parte de um ganadeiro em criar um touro? um touro é criado para ir para a praça, digo mais, na minha opinião um touro é criado para morrer na praça. é a forma mais honrada de esse mesmo animal morrer, a receber os aplausos do publico. não é como todas estas pessoas pensam, qualquer animal, lhes garanto eu, que sofre mais num matadoro, horas e horas a fio
á espera da sua vez para ser morto.

Anónimo disse...

"qual é o objectivo por parte de um ganadeiro em criar um touro?"
Se calhar é ter lucro, não?
Excelente argumento para defender as touradas todo o seu comentário.
Existem meia duzia de ganadeiros, alguns até são cavaleiros, grandes proprietários, a ganhar dinheiro com esta nobre "arte", estes senhores agradeçem a pessoas como voçê que os sustentam á gerações com desculpas esfarrapadas de "tradição", "cultura", "arte".

Acordem pá, é tudo interesse económico. Querem ver esse tipo de espetaculo vão trabalhar num matadouro.

Anónimo disse...

e porque pode ser feito num matadouro e não numa praça?
o criador de touros, como lhe chama, ganha dinheiro como ganha um qualquer criador de outro tipo de gado. e todos matam o seu gado.

Dinis Pacheco disse...

o anónimo de "27 de Abril de 2009 13:31" é um grande anormal, meia duzia de ganaderos??? só registadas em portugal como ganadarias de touros de lide estão 89! (números por baixo!) Acha pouco? sabe o que isso representa para a economia rural deste país? sabe a quantidade de postos de trabalho que isso representa? pois não deve saber! nem o sr nem os seus amigos que gostam mais de ir destruir plantações de milho transgénico! ja parou para pensar que a tauromaquia é, a seguir ao futebol, o espéctaculo mais visto pelos portuguese? O povo português é aficionado, ninguem o pode negar! vocês perdem horas do vosso inutil tempo para virem para a net mostrar-se, mas tb é só onde têm alguma visibilidade, de resto...

Dinis Pacheco disse...

mais sabe quantos cavaleiros há entre cavaleiros de alternativa, praticantes e amadores?
91!!!
agora por cada cavaleiro some:
1 motorista
2 ou 3 tratadores
1 moço de espadas
2 ou 3 ajudantes

já viu quantos postos de trabalho são?

se a isto juntarmos mais 3 bandarilheiros por corrida...

91 x 9 = 819

Claro que isto são exemplos com números por baixo...

Sabia que existem 87 bandarilheiros e mais 28 toureiros a pé? estes últimos tambem com a sua respectiva quadrilha...

é muita gente a viver da festa para se poder acabar com ela!!

Dinis Pacheco disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Jorge Pereira disse...

Pessoal, vamos lá moderar a linguagem. Dinis refaz o teu último comentário, por favor!

Calvin! disse...

Roubando as palavras do Markl, para comentar a mentalidade nacional...
"É uma coisa em que somos bons, pôrmo-nos a jeito para perpetuar a ideia de que neste canto do planeta vivemos mais ou menos numa espécie de Idade Média com estâncias balneares..."

Dinis Pacheco disse...

eu não quero ofender ninguem, nunca quis! mas estes anónimos tiram-me do sério! se se identificarem de certo teremos uma conversa civilizada agora assim... quem me conhece sabe que não sou de maltratar ninguem, muito menos desrespeitar mas anónimos... se são tão certos da vossa posição identifiquem-se, qual é o problema?? as corridas continuarão sempre a existir, quer queiram quer não!

ja agora Jorge, desculpa se me excedi :)